É agora, José.


A festa começa,
a luz acendeu,
o povo chegou,
a noite esquentou,
é agora, José!
é agora, você,
você que tem nome,
e zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
é agora, José .
 
Está com mulher,
está com discurso,
está com carinho,
já pode beber,
já pode fumar,
cuspir pôde,
a noite esquentou,
o dia já vem,
o bonde veio,
o riso chegou,
veio a utopia
e tudo começou
e tudo aparece
e tudo inovou,
é agora, José!
 
É agora, José !
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - é agora.
 
Com a chave na mão
vai abrir a porta,
 existe uma porta;
quer morrer no mar,
E o mar é abundante;
quer ir para Minas,
Minas tá lá.
José, é agora.
 
Quando você grita,
Quando você geme,
Quando você toca
a valsa vienense,
você dorme,
você não cansa,
você morre…
você morre,
você não é tão duro, José !
 
Com a amada no escuro
feito bicho no mato,
teogônico,
Avista paredes nuas
para se encostar,
seu cavalo preto
que volte a galope,
não tera que marcha, José !
não mais josé.



Parodia de E agora josé?, por Franz Galvão Piragibe.